“1Irmãos, se alguém for surpreendido em algum
pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se,
porém, cada um para que também não seja tentado. 2Levem os fardos pesados uns dos outros e,
assim, cumpram a lei de Cristo.
(Gálatas
6.1-2)
Atualmente
em nosso contexto eclesiástico muito se diz que a igreja precisa ser conhecida
pelo amor. A ideia está correta, porém em nossas comunidades não se tem
completo entendimento do que isso significa. Via de regra essa expressão tem
conotação carinho, afeição - e de fato é. Entretanto caso a aplicação seja com
uma compreensão rasa do seu significado, a igreja correrá o risco de ficar
conhecida como uma comunidade que recebe muito bem as pessoas, porém tolerante
com o pecado.
Sabemos
que a igreja recebeu o Espírito (Gl 3.2), nasceu segundo o Espírito (4.29),
anda no Espírito (5.16), é guiada pelo Espírito (5.18), produz o fruto do
Espírito (5.22,23) e vive no Espírito (5.25). Mas ainda não está no céu, ainda
há uma terrível possibilidade de quedas e fracassos. Fomos libertos da
condenação e poder do pecado, mas não da presença do pecado. Todos estão
sujeitos a ser surpreendidos pelo pecado. Caso isso ocorra é responsabilidade
da igreja, em um ato de amor corrigir nosso irmão que fora surpreendido. É
necessário uma amorosa confrontação, é melhor a dor da confrontação do que o
falso consolo da conivência. A
igreja deve ser intolerante com o pecado, mas compassivo com o pecador. Devemos
confrontar, mas sem expor, humilhar ou execrar o pecador. A confrontação
deve ser feita com mansidão, que é um fruto do Espirito, sempre enfatizando a
restauração do caído e não a correção em si.
Paulo exorta a igreja a carregar os fardos uns
dos outros para que assim seja cumprida a lei de Cristo. É interessante notar
que em Gl 5.14 Paulo afirma que amar ao próximo é cumprir a lei. Pode-se,
então, concluir que amar ao próximo, carregar os fardos uns dos outros e a lei
de Cristo são sinônimos. A igreja cumpre a lei de Cristo quando a dor de nosso
irmão dói em nós. O fardo dos
nossos irmãos deve pesar sobre nós. Cada um deve pôr seu ombro debaixo das
cargas daquele irmão que está gemendo. Essas cargas precisam ser carregadas
coletivamente. Corrige com eficácia aquele que, além de falar a verdade em amor
com os que tropeçam, também alivia o peso que os esmaga.
Que
nossas igrejas sejam comunidades relevantes, intolerantes com o pecado e
conhecidas pelo amor. Igrejas que desempenham sua função terapêutica com
excelência, não humilhando o pecador ou sendo coniventes, mas restaurando-o. E
assim cumprindo a lei de Cristo.